Meu nome é Edson Keyso de Miranda Kubo e vim ao Japão pela primeira vez em abril de 1998. Depois de seis meses de estudo intensivo de japonês no Centro de Estudantes Estrangeiros da Universidade de Kobe, tornei-me estudante pesquisador por mais seis meses para me preparar para a prova de ingresso no curso de mestrado acadêmico em Administração da Universidade de Kobe. Fui aprovado, comecei o mestrado em 1999 e o concluí em março de 2001.

Na primeira vez que vim ao Japão, tive dificuldade em acompanhar as discussões do meu grupo de pesquisa, que eram realizadas em japonês. A terminologia administrativa japonesa era muito difícil, mas não desisti e continuei estudando até que, com o tempo, passei a compreender as argumentações de meus colegas, bem como as dicas e orientações do meu professor. Nesse sentido, as aulas do Centro de Estudantes Estrangeiros da universidade foram muito importantes, e mesmo depois de ingressar no mestrado não deixei de freqüentá-las.

Além dos estudos, participei do clube de Judô da Universidade, consegui a faixa preta, fiz muitos amigos e assimilei ainda mais a língua Japonesa além de outros aspectos da sua cultura Japonesa.
Após o mestrado, por motivos familiares, decidi voltar ao Brasil e não ingressar diretamente no doutorado. Já no Brasil trabalhei em uma empresa japonesa da área têxtil em São Paulo, e mais tarde tornei-me professor assistente da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) em São Paulo.

Nesse ínterim, mantive contato através de  e-mails e cartas, fazendo relatos das minhas modestas conquistas profissionais e acadêmicas ao meu antigo professor orientador, o que fortaleceu ainda mais o nosso laço de amizade e confiança.

Depois de dois anos e meio de trabalho como docente na Unicsul. Preparei-me novamente para as provas do Monbukagakusho, meu professor concedeu a carta de recomendação, o que me ajudou a regressar ao Japão pela segunda vez em abril de 2004 e no momento sou estudante pesquisador (research student) da Escola de Pós-graduação em Administração de Empresas da Universidade de Kobe.

Agora, mais maduro, aprendi ainda mais sobre este país, consegui tirar o nível máximo de proficiência em língua Japonesa (Nihongo Nouryoku Shikken, 1kyu) e também obtive uma ótima pontuação no Toefl CBT. No ano passado fui premiado por uma instituição internacional em Kobe (Kobe International Center - KIC) em um concurso de redações em japonês sobre o tema "Estudo no Exterior". Realizei atividades voluntárias no KIC, traduzindo cartas e informativos do Japonês para o Português. Participei pela primeira vez, como palestrante, em um congresso de Administração organizado pela Sociedade Japonesa de Administração de Empresas, que foi realizado na Osaka University of Commerce.

Nesta segunda vez, estou mais confiante quanto ao meu japonês e nos conhecimentos sobre a vida no Japão, viajei mais, participei de vários eventos organizados pela Jasso (Japan Students Service Organization) como tradutor, guia turístico e palestrante e publiquei um artigo em japonês sobre o Brasil na revista da Jasso deste ano.

Em janeiro do ano que vêm retornarei para o Brasil, mas desejo que os laços de amizade e confiança criados aqui continuem se fortalecendo e para isso pretendo manter sempre o contato com os professores e amigos deste país.

Edson Keyso de Miranda Kubo
Bolsista de Pesquisa (pós-graduação) 2004


MATERIAL COMPLEMENTAR

Estudar fora vale a pena, mas implica riscos
[Fonte:Folha de São Paulo, Caderno de Empregos 14/11/2004]
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