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Acidente da Usina Nuclear de Fukushima: sobre a elevação ao nível 7 da escala INES

 

Acidente da Usina Nuclear de Fukushima: sobre a elevação ao nível 7 da escala INES

1-Com relação ao acidente da Usina Nuclear de Fukushima (Unidade 01), esclarecemos que situação foi recentemente avaliada, reconsiderando-a como de nível 7 da escala INES. Essa constatação se deu em razão dos resultados dos cálculos relativos à quantidade total de material radioativo emitido pelo reator nuclear à atmosfera, os quais indicaram valores de 370 mil a 640 mil Tera-Becquerel, atingindo assim os parâmetros do nível 7 da escala INES (correspondente a valor superior a aproximadamente 50 mil Tera-Becquerel).

2-Entretanto, o acidente em questão mostra grandes diferenças em relação ao acidente ocorrido em Tchernobyl, pelos seguintes pontos:

a) O fato de a quantidade de radiação emitida corresponder a cerca de 10% de Tchernobyl (Tchernobyl = 5,2 milhões Tera-Becquerel).

b)Não se trata de uma situação em que há a ocorrência de grande número de mortes em decorrência de uma emissão estrondosa e repentina de radioatividade (Tchernobyl = 29 pessoas falecidas devido à exposição repentina à radioatividade ligada ao acidente)

c)Não houve explosão do reator nuclear em si, sendo que o invólucro pressurizado e o invólucro de proteção do reator se mantêm íntegros, estando substancialmente em funcionamento.

 

Como referência, publicamos abaixo a declaração do Vice-Diretor Geral da IAEA, Denis Flory.

 

Declaração do Vice-Diretor Geral do IAEA, Denis Flory (12 de abril)

Gostaria de ressaltar que há uma grande diferença entre o acidente de Tchernobyl e o acidente com a Usina Nuclear de Fukushima (Unidade 01). No caso de Tchernobyl, o acidente ocorreu quando as máquinas estavam em pleno funcionamento e a fumaça negra queimou por dias, com grandes incêndios. Por circunstâncias tais, o combustível nuclear foi lançado a grandes alturas, em seguida vindo a se dispersar largamente. Em comparação, no caso da Usina de Fukushima, o reator estava desligado durante os tremores do terremoto, sendo que o problema era relacionado ao calor de desintegração radioativa. De modo que, não havia uma dinâmica como a vista no acidente de Tchernobyl, em que as partículas foram lançadas ao alto e dispersaram-se pelos arredores.
Agora, no que diz respeito à comparação de quantidades de emissão radioativa, existem cálculos estimativos, realizados pela Agência de Segurança Nuclear e Agência de Segurança Industrial (NISA), da quantidade emitida pela Usina Fukushima (Unidade 01). Ambos os valores foram obtidos por cálculos realizados independentemente e, apesar de o valor em si ser distinto para um e outro, há uma correspondência recíproca e, sob o ponto de vista de cientistas e engenheiros, o fato de haver dois valores é considerado desejável. Pelos cálculos da Agência de Segurança Industrial, a quantidade de material radioativo emitido pela Usina de Fukushima (Unidade 01) é de 370 mil Tera-Becquerel. Em comparação, a quantidade de material radioativo emitido por Tchernobyl foi de 5,2 milhões Tera-Becquerel.

Baía de Yokohama à noite
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