HISTÓRICO
A Trajetória da bolsa do Monbukagakusho.
A verdade é que inexiste, ou então não está
ao nosso alcance, um documento que relate a trajetória histórica
desta bolsa, particularmente com relação aos bolsistas do
Brasil. Poucas são as informações que dispomos a
respeito. É de interesse para o aprimoramento e manutenção
desta sistemática de bolsa, que o histórico seja bem documentado
e que esteja ao alcance dos interessados. Entretanto, seguem algumas que
dispomos no momento.
Segundo registros do Setor Cultural do Consulado Geral do Japão em São Paulo, os mais antigos bolsistas brasileiros são: Cherubim Bueno de Camargo (Tokyo Daigaku, Língua e Literatura Japonesa, agosto de 1956 a fevereiro de 1958) e Zeuxis Soares Pessoa (Tokyo Kyouiku Daigaku, Educação, maio de 1956). Desde então, até este ano, foram contemplados por esta bolsa, em torno de 820 brasileiros, somente pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo. Somam-se a isso as bolsas concedidas através de outros Consulados, em diversas regiões do Brasil e, ainda, as bolsas concedidas via convênios, entre universidades brasileiras e japonesas.
Ao longo do tempo, a sistemática de bolsa sofreu mudanças no seu porte. Enquanto a primeira turma de bolsistas era composta somente por duas pessoas, hoje são oferecidas cerca de 55 bolsas em todo o Brasil. Já em termos de variedade, enquanto que nos primórdios eram oferecidas somente bolsas de pesquisa, destinadas a estudantes que desejavam realizar pesquisa ou cursos de pós-graduação no Japão, hoje são oferecidas bolsas como, para curso de graduação, curso profissionalizante, escola técnica superior; para curso de literatura e língua japonesa e para treinamento de professores.
Outro aspecto interessante a ser observado é a melhoria na qualidade da bolsa em termos de auxílios. Hoje, os bolsistas recebem a passagem aérea de ida e de volta ao Japão, e ajuda de custo que equivale ao salário de um recém formado numa faculdade no Japão. É um tratamento bem distinto dos primeiros bolsistas, que por exemplo, tiveram de custear a própria viagem ao Japão.
Existem com certeza diversos outros aspectos a serem estudados, alguns
curiosos outros de relevância para uma aprimoramento no aproveitamento
das bolsas por parte dos brasileiros ou então até mesmo
para uma eventual melhoria na sistemática da própria bolsa.
Espera-se que ao longo do tempo, as informações referentes
ao presente, assim como ao passado possam ser coletadas e publicadas neste
meio, e ao mesmo tempo, sejam acumuladas, de tal forma a se produzir um
banco de informações referentes à bolsa do Monbukagakusho,
que seja único e aberto aos interessados.
Reunião de ex-bolsistas
Por iniciativa de um grupo de ex-bolsistas do Monbukagakusho, realizou-se
no dia 2 de junho de 1993, o primeiro encontro para discussão sobre
a criação de uma associação que congregasse
todos os bolsisistas do Monbukagakusho. O encontro, foi realizado
nas dependências do escritório do Consulado Geral do Japão
em São Paulo, que além de gentilmente ceder o local para
a reunião colaborou na discussão, através de seu
Cônsul Cultural, o Sr. Kiyoshi Ishii.
Durante a reunião, foi exposto o problema imediato para o qual
estava se requerendo a criação de uma associação
que congregasse os ex-bolsistas do Monbukagakusho. Isto é,
há a necessidade de se oferecer apoio, principalmente em termos
de informações, para os novos bolsistas, assim como para
os bolsistas que estão no Japão ou que estão retornando
de lá. Sem dúvida, tal apoio será importante para
que os bolsistas tenham o maior volume possível de subsídios,
para um rendimento máximo nos seus estudos. Indiretamente, isto
trará benefícios para o Brasil, que estará recebendo
de volta, pesquisadores e especialistas melhor formados, além do
que, para o lado japonês, também será benéfico,
pois tais bolsistas contribuem diretamente para o desenvolvimento da ciência
e da tecnologia japonesa.
O Governo Japonês, através do seu Ministério da Educação,
Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia, Monbukagakusho, tem
fornecido uma quantidade elevada de bolsas para diversos países
do mundo, sendo que uma grande parcela são dirigidos para países
como China, EUA, Coréia, Malásia e Tailândia. Estes
países que foram mencionados, já formaram associações
que congregam os ex-bolsistas e mantêm uma intensa atividade de
apoio aos novos bolsistas. Além disso, mantêm atividades
voltadas aos ex-bolsistas, no tocante ao incentivo e promoção
do intercâmbio cultural, científico e tecnológico
entre o respectivo país e o Japão. Em se tratando de Brasil,
certamente já se atingiu uma massa crítica de ex-bolsistas
para se criar uma associação do mesmo gênero.
Criação
da ABMON
A reunião foi encerrada com a idéia da criação
da associação consolidada. Nomearam-se os primeiros ex-bolsistas
para as tarefas iniciais, preparatórias para a criação
da associação. Eitaro Yamane, Masato Ninomiya e Paulo E.
Miyagi, cuidaram da elaboração do estatuto e título
da associação. Marcos S. G. Tsuzuki, do cadastramento e
atualização do cadastro de bolsistas. A secretaria ficou
a cargo de Toshi-Ichi Tachibana, Oswaldo Horikawa e Edna Momoko Kobori.
Elaborado o estatuto e idealizado o nome da associação,
fez-se inclusive uma primeira tentativa para o recadastramento dos ex-bolsistas,
por meio de matérias publicadas em jornais da colônia japonesa.
A Assembléia de Fundação
Encerrados os preparativos, deu-se a Assembléia de fundação
da "Associação dos Bolsistas do Govêrno Japonês
- Monbukagakusho", ou ABMON, no dia 18 de outubro de 1993,
nas dependências da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo).
A reunião contou com a presença de 36 ex-bolsistas, além
de convidados como o Cônsul Geral do Governo Japonês, o Sr.
Katsuyuki Tanaka, o Consul Cultural do do Governo Japonês, o Sr.
Kiyoshi Ishii.
Foi discutido e aprovado o Estatuto da ABMON e foi eleita a sua primeira
diretoria da seguinte forma:
Presidente: Eitaro Yamane
Vice-Presidente: Masato Ninomiya
Secretário: Oswaldo Horikawa
Tesoureiro: Hiromi Furumoto
Foram nomeados como
diretores ad-hoc, os seguintes membros:
Diretoria de Relações
Externas: Toshi-Ichi Tachibana
Diretoria de Apoio: Nilva Kurotsu
Diretoria de Imprensa: Edna Momoko Kobori
Diretoria Científica-Área Tecnológica: Osamu Saotome
Diretoria Científica-Área Exatas: José Fernando Diniz
Chubaci
Diretoria Científica-Área Humanas: Nobue Miyazaki
Diretoria Científica-Área Biológicas: Mauro Nishi
Diretoria de Ensino de Graduação: Sarkis Sergio Kaloustian
Diretoria de Língua Japonesa: Tae Suzuki
Diretoria de Ensino de 1º e 2º Grau: Armando Toshiharu Tachibana
|